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domingo, 29 de maio de 2011

Entrevista Rosélia Piquet, doutora em economia da UFRJ



A Revista Conexão Marítima também traz em sua edição de número 73, uma entrevista com a estudiosa dos impactos socioeconômicos de grandes empreendimentos e doutora em economia e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rosélia Piquet. Ela aborda os impactos que a Indústria Naval gera nas regiões em que são instaladas. Abaixo um resumo da entrevista. Na íntegra, a entrevista está na edição impressa da Revista.


A indústria naval gera impactos para uma região que podem ser tanto bons quanto ruins. A senhora concorda com isso?

Sim. Um investimento grande leva para o lugar empregos, diretos e indiretos, e isso aumenta a arrecadação. Quase toda a administração pública gosta quando isso ocorre Na história de sua existência no Brasil, a atividade petrolífera já deixou marcas irreversíveis na paisagem econômica, social e ambiental dos territórios onde se implantou.

Mas é inegável que esse setor de óleo e gás gera milhares de empregos.

A ambiguidade desta atividade é perturbadora: de um lado, se desenvolve quase de forma isolada nas regiões onde se localiza, mais conectada que está ao mercado internacional; de outro, funciona como motor propulsor de riqueza, não só através da geração de empresas e empregos diretamente vinculados ao setor, mas também por via das compensações financeiras que distribui às administrações públicas de localidades por ela afetadas. Mas como o Brasil é um país que tem oferta de mão de obra superior à demanda, a tendência é de que nesses mesmo locais haja um fluxo de pessoal em busca de emprego. Com isso, muitas vezes há uma ocupação (urbana) com padrões inferiores e o aparecimento de fenômenos nem sempre desejáveis.



O que a senhora diria para a população da zona sul do Rio Grande do Sul se integrar ao novo momento?

Não conheço o projeto do Polo Naval no Rio Grande do Sul. Mas o que posso recomendar é que exijam e defendam seus direitos, para que prefeituras não cedam tudo às empresas. As empresas líderes, como Petrobras e Vale, têm uma série de fornecedores que vão atrás delas. E não precisam de nenhum benefício para isso, têm de ir por questão econômica. Mas, mesmo assim, prefeitos concedem uma série de benesses que não fazem sentido.

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