Com a entrada em vigor da nova norma da Organização Marítima Internacional (IMO) para a eliminação progressiva dos petroleiros monocascos, o Greenpeace estima que por volta de 1119 petroleiros reúnem as condicões necessárias para serem retirados do mercado de petróleo. Uns 334 desses petroleiros ou são de propriedade de companhias comunitárias ou estão registrados sob o nome da União Européia. Dos 3500 barcos com que conta a indústria petrolífera, aproximadamente 1700 são embarcações monocascos, que terão de ser eliminadas até o final de 2010.
A cada ano navegam pelo Estreito entre 4 000e 5 000 petroleiros
Desde o acidente ocorrido em 1989 com o navio Exxon Valdez na costa do Alaska, a indústria de navios se opôs em uma resistência feroz a qualquer medida para restringir o uso dos petroleiros monocascos. O primeiro calendario de eliminação dessas embarcações foi aprovado em 1992 e estabelece um calendário de eliminação desses barcos que deve acontecer definitivamente em 2026. “Rebaixar em 16 anos a vida útil dessas bombas de é sem dúvida uma boa notícia. É terrível que tenham sido necessárias tantas marés negras para forçar a indústria a aceitar medidas que sabemos há muito tempo que são necessárias”, declarou Sebastián Losada, responsável pela campanha de oceanos do Greenpeace.
O Estreito de Gibraltar é um dos pontos de maior trânsito petroleiro em todo o mundo. Cada ano trafegam pelo Estreito entre 4000 e 5000 petroleiros, isto é, entre 10 e 15 diários. Na Bahia de Algeciras movem-se anualmente umas 20 milhões de toneladas de produtos petrolíferos.
O MV Arctic Sunrise é a embarcação utilizada pelo Greenpeace para observar o trânsito de petroleiros monocascos. Os ativistas se aproximam dos navios, anotam seus nomes e o porto de origem. Depois investigam na internet quando o petroleiro foi construído e se possui casco simples ou duplo. Pode-se então verificar o quão segura ou perigosa é a embarcação.
Os Oceanos estão perdendo FÔLEGO
A poluição dos mares e das zonas costeiras originada por acidentes com o transporte marítimo de mercadorias, em particular o petróleo bruto, contribui, anualmente, em 10% para a poluição global dos oceanos. Todos os anos, 60.000 toneladas de petróleo bruto são derramadas em acidentes ou descargas ilegais, com graves conseqüências econômicas e ambientais.
Foto do satélite do INPE mostra uma mancha verde-amarelada próximo à costa da África do Sul em 2003. O impacto à vida marinha é desastroso interferindo no ciclo de reprodução e vida de inúmeras espécies marinhas
Dos acidentes com petroleiros, que infelizmente não são raros, resultam, quase sempre, enormes quantidades de petróleo que, flutuando e alastrando-se progressivamente, formam extensas manchas negras. Também nas operações de lavagem dos tanques dos petroleiros em pleno oceano são derramadas enormes quantidades de petróleo, que, não raramente, originam autênticas marés negras. Embora atualmente tal operação seja proibida, é natural que se continuem a cometer abusos, dada a dificuldade de fiscalização.
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