Brilhante o comentário de Sérgio Barreto Motta, colunista do Portal NetMarinha a respeito do navio João Cândido. Publico na íntegra.
No dia 7 de maio do ano passado, com a presença do então presidente Lula e da então candidata Dilma Rousseff, foi lançado ao mar o primeiro navio do Programa de Modernização da Frota (Promef), da Transpetro, de um total de 49 encomendas. Era o "João Cândido", no estaleiro Atlântico Sul, de Pernambuco
O navio teve lançamento no dia 24 de junho de 2010: foi o "Celso Furtado", produzido no Mauá, de Niterói (RJ). Mas o primeiro navio a ser oficialmente entregue ao armador, será o segundo a ter sido lançado, o "Celso Furtado", do Mauá. O "Celso Furtado" será entregue em setembro e o João Cândido em outubro. Para o Mauá, estaleiro que, junto com o Eisa pertence ao grupo Sinergy, de German Efromovich, a ultrapassagem será motivo de orgulho e, para a Transpetro, é importante receber o primeiro navio que marca a renovação da frota. Quanto ao Atlântico Sul, tem motivos para esse atraso.
Enquanto o Mauá tem mais de 100 anos e apenas passou por modernização, o Atlântico Sul foi um estaleiro construído ao mesmo tempo em que as peças do primeiro navio eram montadas. Ao mesmo tempo, havia operários envolvidos na construção do navio... e do próprio estaleiro. Além disso, afirma-se que a pressa de Lula de realizar um evento de repercussão nacional, também prejudicou o cronograma. O Atlântico Sul afastou o presidente Ângelo Bellelis e hoje não tem mais presidente; o comando agora é exercido pelo diretor-geral, Agostinho Seraphim Júnior.
Mas, se computou atraso na entrega, o Atlântico Sul está correndo atrás do tempo perdido. Lá estão trabalhando hoje, nada menos de 14 mil pessoas, de forma a não só realizar as atividades usuais, como ainda recuperar o tempo perdido com o "João Cândido". Talvez jamais um outro estaleiro brasileiro tenha, na história, contado com 14 mil homens na área de trabalho. Além de ter encomenda de 22 navios e uma plataforma - a P-62 - e já ser o maior estaleiro do hemisfério Sul, o EAS quer crescer mais: teve financiamento aprovado no BNDES para expansão. Passará a nova área, destinada unicamente à montagem de plataformas, visando ao pré-sal.
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