Na mesma edição da Tribuna de Santos, uma entrevista que me chamou muito a atenção. Leiam abaixo:
Élio Lopes dos Santos
Químico e engenheiro industrial, professor universitário e secretário de meio ambiente da Prefeitura de Guarujá
Como teve início a importação de lixo industrial?
Até a década de 80 importavam-se principalmente zinco e manganês para fabricar micronutrientes. Para aumentar os lucros, passaram a usar lixo industrial tóxico, nacional e importado. O exportador se livrava do custo da disposição e o importador ainda pagava pelo lixo. É crime ambiental e de saúde pública, além de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Como vê essa nova situação?
Como não existe lógica em exportar só lixo doméstico, surgiram três dúvidas. A existência de drogas, de lixo radioativo, de resíduos hospitalares ou de experimentos biológicos. A presença de lixo radioativo foi descartada. As outras serão averiguadas.
Como foi sua participação na investigação da carga encontrada em Santos em 2003?
Assessorei o Ministério Público Estadual, Federal e o Ministério da Saúde, quando recebi ameaças de morte. Fui parar na ABIN e no gabinete da Marina Silva, para quem foram entregues os documentos. Passei dois anos sob proteção da Polícia Federal.
Como mudar essa situação?
Com ações repressivas mais duras. Isso destrói a saúde e a economia do País, numa demonstração da hipocrisia do discurso dos países ricos frente à sustentabilidade ambiental dos emergentes.
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