Páginas

Arquivo

domingo, 22 de junho de 2008

Navegar 2008- Hidrovias II


Um levantamento feito pela Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística do RS (FETRANSUL) no ano passado revela que os custos com tarifas de pedágio dentro do RS, em determinados percursos, como o que leva ao porto de Rio Grande, chegam a representar mais de 30% do total gasto em viagem. Uma carga de maçã de Vacaria para o Porto de Rio Grande, paga R$ 400,00 em pedágios. O resultado é que os produtores estão optando por embarcar suas cargas no porto de Itajaí.



No Navegar 2007, o diretor da empresa CTIL, Frank Woodhead, já alertava que o centro econômico do Estado está longe do porto marítimo. Segundo ele, o modelo de administração do porto do Rio Grande precisa ser revisto. “Já se viu que o modelo de superintendência não serve, é burocrático, é inviável. Precisamos de uma organização que fuja disso tudo para que efetivamente exista uma conexão entre os modais”, frisou Woodhead.


Frank ainda alertou: o porto de Itajaí compete com Rio Grande, devido ao valor agregado das cargas (frango congelado), que saem por Santa Catarina. Segundo ele não há por parte das autoridades, a consciência da necessidade de se manter o processo logístico funcionando. Com o dólar a US$ 1,90, o Estado tem que fazer um esforço muito grande para tirar água de pedra.


É um desafio constante, de redução de custos, de ser mais eficiente, de aumentar a produtividade e de trabalhar com valores cada vez menores”, disse o executivo.Frank Woodhead, alertou: “Itajaí só não decolou mais porque a duplicação da BR 101 ainda não terminou. O dia que a BR estiver concluída, e se não existir pedágio, o porto do Rio Grande vai sofrer um baque muito grande, porque toda a carga de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Vacaria, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, vai ser escoada por Santa Catarina. E ainda tem o Porto de Navegantes, que deve entrar em operação em breve”, concluiu.



Esse alerta foi feito em 2007. Não só Navegantes já está operando como a Santos Brasil está construindo um novo terminal de contêineres. O contrato com vigência de 25 anos, renovável por igual período, prevê investimentos de R$ 282 milhões.A área arrendada para a implantação e operação do terminal permite movimentar 480.000 TEUs/ano. Quem vai perder é o Rio Grande do Sul com suas estradas pedagiadas, principalmente na rota para o Porto gaúcho.

0 comentários

Postar um comentário