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domingo, 26 de setembro de 2010

Oceanos em Apuros II- Desastre do Exxon Valdez.Navio da maior petrolífera do mundo derramou 41 milhões de litros de óleo na costa do Alasca


O derramamento de óleo do petroleiro Exxon Valdez, que aconteceu há 21 anos, ainda ameaça a vida selvagem no Alaska, afirmam cientistas. A conclusão pode custar à ExxonMobil mais 100 milhões de dólares em gastos na limpeza da área. A ExxonMobil já pagou 900 milhões de dólares para ajudar a recuperar os estragos causados pelo derramamento de 1989.


Um estudo feito por pesquisadores do Serviço Nacional de Pesca Marinha em Juneau, no Alasca, indica que cerca de 10 quilômetros de costa em torno de Prince William Sound ainda estão sendo afetados pelo desastre e que há cerca de 100 toneladas de petróleo na região.


A ExxonMobil, questionou as conclusões do estudo e lembrou que a empresa já respondeu a essa pesquisa, que se baseou em um trabalho de campo feito em 2003. A Exxon e a Mobil se fundiram em 1999. O estudo será publicado na edição de 15 de junho da revista Environmental Science & Technology, da American Chemical Society.



Segundo o trabalho, parte do petróleo que permanece na área está na superfície, em um estado mais sólido, de "asfalto", e outra parte está oculta sob a superfície na área intermarés das praias locais.


Ainda não se sabe muito sobre os efeitos tóxicos do petróleo ingerido por mamíferos, mas há sinais de que a exposição a ele seja uma das causas na não-recuperação das populações de lontras nas áreas mais afetadas de Prince William Sound.




EXXON 2




O comandante havia bebido antes da partida do Exxon Valdez




O navio-tanque Exxon Valdez de aproximadamente 300 metros de comprimento, um dos mais modernos do mundo, foi entregue à Companhia de Navegação Exxon (Esso) no dia 11 de dezembro de 1986, atendendo os padrões definidos pela Convenção Marpol (Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios): tanques de lastro em locais com maior proteção; distribuição dos tanques de cargo ao longo do comprimento máximo; estabilidade em situação de dano.


Em seu livro, Incidentes Marítimos, o oceanógrafo Robson José Calixto, revela que US$ 22.000,000 foram economizados ao constituí-lo somente com casco singelo, já que a Guarda Costeira havia sido convencida desde 1997, que a ampliação das medidas de segurança na área de Valdez, como a exigência do casco duplo, não se fazia necessária.



O Sistema de Oleodutos Trans-Alaska movimenta, com 1.500 km, 20% da produção doméstica de óleo dos Estados Unidos. Os campos foram descobertos em 1968 e representam 10 bilhões de barris recuperáveis, o maior campo já encontrado pelos Estados Unidos.



oil_spill11162 A ExxonMobil já pagou 900 milhões de dólares para ajudar a recupera os estragos causados pelo derramamento de 1989


Foi no dia 23 de março de 1989, depois de alguns drinques nos bares da cidade de Valdez, o comandante do Exxon Valdez Joseph Hazelwood, juntamente com alguns oficiais, retornavam para o terminal marítimo onde estava o navio. Foram informados que a partida havia sido adiantada em uma hora. Dois rebocadores auxiliam o navio na saída.


O comandante é avisado pelo rádio, que haviam desprendido blocos de gelo que penetraram nas faixas do trafego marítimo. O navio desvia do gelo flutuante fazendo duas mudanças de curso, mas ao invés de buscar o rumo Sul, toma a direção Leste-Oeste. O Exxon Valdez vai ao encontro do seu trágico destino. O piloto não tinha licença para navegar com o navio no estreito de Prince Willian. O navio acaba batendo nos blocos de gelo. Não havia mais nada a fazer. Começava a se desenhar, um dos maiores desastres ecológicos do mundo.


A mancha negra contaminou uma área de 3.300 quilômetros quadrados



exxon_oleo na praia Com o rompimento do casco do navio, cerca de 41 milhões de litros de óleo foram derramados no mar


O petroleiro Exxon Valdez derramou sua carga, causando danos imensos a uma grande área no litoral do Alasca. O navio havia partido do terminal petrolífero de Valdez, no Alasca, em 23 de março, e bateu em um bloco de gelo nas primeiras horas do mesmo dia,as 12hs05 da madrugada. A seqüência de eventos que provocou o acidente não foi esclarecida até hoje.


Com o rompimento do casco do navio, cerca de 41 milhões de litros de óleo foram derramados no mar, a mancha negra contaminou uma área de 3.300 quilômetros quadrados e 1.500 quilômetros de praia. Apesar de terem ocorrido muitos outros derramamentos de óleo no mundo, o acidente com o Exxon Valdez aconteceu em águas remotas, onde se abrigava uma abundante e espetacular vida selvagem, causando danos terríveis à região. O óleo atingiu a maior área de reprodução de salmão do mundo. Nos anos de 1992 e 1993 os estoques de salmão rosa entraram em colapso devido à exposição dos ovos aos hidrocarbonetos aromáticos do óleo dissolvido do Exxon Valdez.




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Milhares de animais foram mortos pelo derramamento: cerca de 250.000 aves marinhas e 2.800 lontras, entre outros. O custo de limpeza ficou em torno de US$ 2,1 bilhões, e as áreas ao longo da costa atingidas pelo derramamento ainda estão contaminadas com óleo debaixo da superfície.O Petroleiro foi rebocado em meados de 1989, para reparos na Califórnia, passando a se chamar Exxon Mediterranean. Várias tentativas foram feitas para sua volta às águas do Alaska, o que lhe foi proibido. O comandante do navio trabalhava até 1999, para uma firma de advogacia em Manhattan.

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