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domingo, 25 de setembro de 2011

Rio Grande: operadores portuários querem melhorias no cais comercial

 Operadores portuários aguardam melhorias para seguir mantendo o porto do Rio Grande como referência nacional no setor

Por Mauro Pasin

O aumento nas operações provocou a lotação do espaço do Pátio Automotivo
Ano após ano, o único porto marítimo do Rio Grande do Sul melhora o seu desempenho na movimentação de veículos. A carga, antes irrisória nas estatísticas, agora aparece entre as mais movimentadas. Em 2010, cerca de 83 mil unidades chegaram ao cais ou foram embarcadas em navios. Neste ano, o desempenho vem se mantendo.
O porto gaúcho é a porta de entrada exclusiva de modelos fabricados pela montadora General Motors (GM) em diversos países. Em Rio Grande são desembarcados os modelos Ômega (feitos na Austrália), Camaro (Canadá), Captiva (México) e Malibu (EUA). Do Rio Grande do Sul, eles são distribuídos para concessionárias em todo o Brasil. Da Argentina chegam os modelos Agile, também desembarcados no porto de Suape (PE). A escolha pelo porto do Rio Grande é justificada pela localização estratégica, a eficiência no desembarque e o índice de avaria quase nulo, desempenho que colabora para o aumento nas operações. “A armazenagem é atrativa e a mão de obra qualificada para a operação.

Além disso, o porto é estratégico no Mercosul”, afirma Angelo Christ, gerente de operação da Cisa Trading. Em uma década, a movimentação anual da empresa passou de 1,2 mil para 6,5 mil por mês. Para os operadores portuários, a atividade poderia ser ainda mais eficiente com mais investimentos em infraestrutura.
Uma das queixas é o calçamento do cais do Porto Novo, onde os veículos desembarcam. Por causa da irregularidade do piso, a operação exige ainda mais cuidado com os modelos recém-fabricados. Outra reclamação é quanto à ausência de cobertura para o desembarque em dia de chuva, mas nada comparado à falta de espaço de armazenagem. O aumento nas operações provocou a lotação do espaço do Pátio Automotivo. A alternativa foi utilizar um pátio auxiliar, apesar da inexistência de asfalto e do risco de avaria.“Realmente, estamos precisando de pátio. A tendência do mercado é aumentar a movimentação de veículos aqui no Porto, mas se não tiver área, infelizmente teremos um problema”, afirma Christ. A Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) já iniciou o estudo para ampliar o espaço de armazenamento com a construção de um segundo andar no Pátio Automotivo.

O Porto Novo conta com uma pavimentação feita na década de 40/50, com paralelepípedos, e devido ao aumento do peso das cargas esse tipo de pavimento não é mais adequado

Segundo o Sindicato dos Operadores Portuários do Rio Grande do Sul (SINDOP-RS), o setor também aguarda novas medidas fiscais para melhorar a eficiência. Recentemente, a crise diplomática entre Brasil e Argentina trouxe reflexos para as operações no porto do Rio Grande. Em resposta às barreiras fiscais impostas pelo governo argentino, o governo brasileiro retirou a licença automática sobre importações de automóveis.

O resultado foram mais de 6 mil veículos fabricados na Argentina armazenados no porto gaúcho, aguardando a liberação fiscal. Além disso, o dólar em baixa é outro entrave para as exportações de rodantes fabricados no Rio Grande do Sul - caso de maquinários agrícolas. Do total de rodantes, 7% são exportações de máquinas e tratores agrícolas e ônibus, com alto valor agregado.

MOVIMENTAÇÃO DE RODANTES

2007 – 69.102
2008 – 78.644

2009 – 62.637

2010 – 83.093
2011 – 40.348 (até junho)
 
Fonte: SUPRG

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