O repórter AGV se envolveu com a morte do seringueiro Chico Mendes enquanto investigava casos de pedofilia na Igreja Católica, acompanhou o impeachment de Fernando Collor de Mello buscando pistas sobre um quarto poder, e, agora, está diante de uma suposta conspiração envolvendo a morte do tesoureiro do ex-presidente, PC Farias e organizações neonazistas.
É assim, misturando realidade e ficção, que o jornalista gaúcho Marcos Losekann encerra sua trilogia Entrevista com Deus, lançando o volume Entre a Cruz e a Suástica (Planeta, 288 páginas, R$ 39,90).Protagonizado pelo repórter Anderlon Gonçalves Valderez – ou AGV – o projeto vem sendo construindo desde 2006, quando o correspondente internacional da Globo escreveu o primeiro livro, O Dossiê Iscariotes. É a profissão de fé de Losekann, não só pelo tempo que levou, mas também seu tema, presente ainda no segundo tomo, O Segredo do Salão Verde, lançado em 2007. Neste último, ele manteve a linha:– A fé (ou o ateísmo) é o mote mais básico da obra. Volta e meia, ela está lá, desafiando o personagem, instigando o leitor.
No caso do livro que fecha a trilogia, o neonazismo representa o contrário, ou seja, a falta de fé, o mal, o próprio ‘’pecado’’... – explica, por e-mail. Mas trazer para o Brasil temas já trabalhados com sucesso por escritores estrangeiros (John Grisham, Noah Gordon ou Dan Brown) parece ser o grande trunfo de Losekann. É ali que ele encontra seu público e onde reside o grande atrativo não apenas de Entre a Cruz e a Suástica, mas de toda trilogia.– Eu sabia que haveria o risco de deslizar para a vala comum e dela não sair mais, mas ao trazer tais temas para o agreste nordestino, ao misturar esses temas com uma suposta conspiração em torno da morte de PC e a corrupção escondida nos canaviais de Alagoas, acredito ter conseguido dar novo sentido a esse assunto tão batido.
0 comentários
Postar um comentário