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domingo, 30 de outubro de 2011

Como sangra uma estatal

Silos da Cesa no Porto do Rio Grande/RS

Uma reportagem especial assinada pelos repórteres do Jornal Zero Hora, Adriana Irion, José Luis Costa e Marta Sfredo denunciam um grande escândalo na Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). No governo passado, segundo informações da colunista de ZH, Rosane de Oliveira, secretários comprometidos com a qualidade da gestão já apontavam a necessidade de extinguir a Cesa, mas a governadora Yeda Crusius não conseguiu construir as condições políticas para livrar o Estado desse elefante branco. A seguir o comentário da colunista:

" Agora, o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, está empenhado em expor as entranhas da Cesa e mostrar que ela está condenada à morte pela ação ou omissão de seus gestores. Os funcionários ajudaram a matar a galinha dos ovos de ouro com uma enxurrada de ações trabalhistas que a estatal perdeu por ter praticado atos indefensáveis ou por não ter apresentado defesa convincente.

Se a decisão política é de acabar com a Cesa, o governo do PT não enfrentará maiores dificuldades, porque não tem o PT na oposição. Historicamente, o partido do governador Tarso Genro sempre fez a defesa apaixonada das estatais, sem se preocupar com os resultados. Até hoje, é possível encontrar viúvas da CRT, uma empresa que funcionou como cabide de empregos e que era usada politicamente por seus dirigentes naqueles tempos em que se ficava anos na fila para comprar um telefone – a menos que a pessoa tivesse um bom “pistolão”.

Se hoje a Corsan precisa lutar a duras penas para manter a concessão dos serviços de água nos municípios, é porque, durante muitos anos, seus gestores acharam que tinham clientes cativos e não precisariam se preocupar com a qualidade do serviço. Se durante muitos anos a estatal gastou mais com o pagamento de ações trabalhistas do que com investimentos em esgotamento sanitário, como poderia atender à demanda dos municípios por saneamento? A direção atual já entendeu que as prefeituras têm autonomia para conceder os serviços de água e esgoto a quem fizer a melhor proposta e que isso a obriga a ser competitiva".




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