Mainardi: :“Há um esquema que saqueia a Cesa” |
Secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi também preside o conselho de administração da Cesa. Neste outubro que concentra leilões de gado em todo o Estado, Mainardi tem dividido a agenda entre feiras gaúchas e gabinetes do Planalto, em busca de uma solução para a empresa que tem 99% de participação do Estado, com a Conab como sócia minoritária. Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
ZH – Qual é o projeto do governo gaúcho para a Cesa?
Mainardi – É fazê-la superavitária, para que iniciemos o conjunto de melhoramentos, de obras e de compra de equipamentos de modernização das instalações e da gestão.
ZH – Há intenção de fechar a Cesa?
Mainardi – Não. Mas se fechássemos, não haveria impacto na regulação de grãos do Estado. No Rio Grande do Sul, há uma capacidade instalada de armazenamento de 24,5 milhões de toneladas, e a Cesa tem 600 mil toneladas. Isso dá pouco mais de 2%, não interfere em nada. O que a Cesa tem feito é dar um prejuízo inaceitável.
ZH – Nos R$ 33 milhões retirados do Tesouro não está incluído o pagamento de ex-autárquicos, que seria de competência do Estado?
Mainardi – Estamos buscando a forma legal de transferir a folha de ex-autárquicos para a folha geral do Estado. Mas, se descontarmos esse gasto, ainda teremos um déficit de R$ 21 milhões, também inaceitável.
ZH – Como tornar a Cesa superavitária?
Mainardi – Vamos terminar com o jogo de apropriação do patrimônio da Cesa por alguns. Há um esquema montado que saqueia a Cesa, uma quadrilha que se instalou há alguns anos e gera enormes prejuízos. Parece que as gestões da Cesa sempre foram as piores sob o ponto de vista da relação trabalhista, e não foram. Criou-se uma fábrica de ações trabalhistas. É um escândalo, uma vergonha. Queremos evitar esse saque à Cesa. Em segundo lugar, queremos uma gestão responsável, para que possa fechar os exercícios seguintes com superávit, que se reverta em melhorias na Cesa.
ZH – A contratação para a Cesa via Irga pode gerar novas ações trabalhistas no futuro, como aponta o sindicato?
Mainardi – Desistimos de fazer contratações pelo Irga. Vamos comprar horas do pessoal da Emater. O sindicato não quer que ninguém trabalhe na Cesa. Eles denunciaram o advogado que contratamos, e que faz um belíssimo trabalho em defesa da Cesa. Eles gostariam que lá estivesse um advogado que fizesse acordos com eles. Não temos pessoal para administrar a Cesa. As pessoas foram se aposentando, alguns ficaram com altíssimos salários, ganhando aposentadoria e da empresa, com salários médios de R$ 10 mil, sem trabalhar. Todas as iniciativas que tomarmos para recuperar a Cesa terão a oposição desse sindicato.
ZH – O sindicato diz que três demitidos são dirigentes sindicais, o que é proibido pela legislação.
Mainardi – Não é verdade. Eles têm 14 nesse sindicato, e todos são da Cesa, sete titulares e sete suplentes. Eles representam os trabalhadores dos armazéns e silos de todo o Estado, só que todos são da Cesa para garantir estabilidade. Se fosse para demitir sindicalistas, teríamos demitido os 14 que fazem parte do sindicato, não trabalham e só criam condições para que a Cesa continue sendo saqueada.
ZH – Qual o papel da Conab na recuperação da Cesa?
Mainardi – É fundamental, estratégico. A Conab é uma das acionistas da Cesa. É decisiva, porque hoje, das cerca de 1,9 milhão de toneladas de grãos que a Conab mantém no Estado, cerca de 130 mil estão armazenados na Cesa. É muito pouco. Elevando para no mínimo 400 mil toneladas, torna a Cesa superavitária.
ZH – O senhor diz que não haveria impacto se a Cesa fechasse, mas líderes rurais a consideram formadora de preço e reguladora de mercado. Por que há essa diferença?
Mainardi – Não consigo compreender como a Cesa forma preço e regula mercado se armazena 2% de toda a capacidade do Rio Grande do Sul. Será que 2% é tão importante assim? Claro que a Cesa tem importância, como no caso do pequeno produtor de arroz. Se deixar o produto na Cesa, e não na indústria, ele pode escolher melhor quando e para quem vender, mas isso não interfere no preço do arroz, não é decisivo.
ZH – Qual é o projeto do governo gaúcho para a Cesa?
Mainardi – É fazê-la superavitária, para que iniciemos o conjunto de melhoramentos, de obras e de compra de equipamentos de modernização das instalações e da gestão.
ZH – Há intenção de fechar a Cesa?
Mainardi – Não. Mas se fechássemos, não haveria impacto na regulação de grãos do Estado. No Rio Grande do Sul, há uma capacidade instalada de armazenamento de 24,5 milhões de toneladas, e a Cesa tem 600 mil toneladas. Isso dá pouco mais de 2%, não interfere em nada. O que a Cesa tem feito é dar um prejuízo inaceitável.
ZH – Nos R$ 33 milhões retirados do Tesouro não está incluído o pagamento de ex-autárquicos, que seria de competência do Estado?
Mainardi – Estamos buscando a forma legal de transferir a folha de ex-autárquicos para a folha geral do Estado. Mas, se descontarmos esse gasto, ainda teremos um déficit de R$ 21 milhões, também inaceitável.
ZH – Como tornar a Cesa superavitária?
Mainardi – Vamos terminar com o jogo de apropriação do patrimônio da Cesa por alguns. Há um esquema montado que saqueia a Cesa, uma quadrilha que se instalou há alguns anos e gera enormes prejuízos. Parece que as gestões da Cesa sempre foram as piores sob o ponto de vista da relação trabalhista, e não foram. Criou-se uma fábrica de ações trabalhistas. É um escândalo, uma vergonha. Queremos evitar esse saque à Cesa. Em segundo lugar, queremos uma gestão responsável, para que possa fechar os exercícios seguintes com superávit, que se reverta em melhorias na Cesa.
ZH – A contratação para a Cesa via Irga pode gerar novas ações trabalhistas no futuro, como aponta o sindicato?
Mainardi – Desistimos de fazer contratações pelo Irga. Vamos comprar horas do pessoal da Emater. O sindicato não quer que ninguém trabalhe na Cesa. Eles denunciaram o advogado que contratamos, e que faz um belíssimo trabalho em defesa da Cesa. Eles gostariam que lá estivesse um advogado que fizesse acordos com eles. Não temos pessoal para administrar a Cesa. As pessoas foram se aposentando, alguns ficaram com altíssimos salários, ganhando aposentadoria e da empresa, com salários médios de R$ 10 mil, sem trabalhar. Todas as iniciativas que tomarmos para recuperar a Cesa terão a oposição desse sindicato.
ZH – O sindicato diz que três demitidos são dirigentes sindicais, o que é proibido pela legislação.
Mainardi – Não é verdade. Eles têm 14 nesse sindicato, e todos são da Cesa, sete titulares e sete suplentes. Eles representam os trabalhadores dos armazéns e silos de todo o Estado, só que todos são da Cesa para garantir estabilidade. Se fosse para demitir sindicalistas, teríamos demitido os 14 que fazem parte do sindicato, não trabalham e só criam condições para que a Cesa continue sendo saqueada.
ZH – Qual o papel da Conab na recuperação da Cesa?
Mainardi – É fundamental, estratégico. A Conab é uma das acionistas da Cesa. É decisiva, porque hoje, das cerca de 1,9 milhão de toneladas de grãos que a Conab mantém no Estado, cerca de 130 mil estão armazenados na Cesa. É muito pouco. Elevando para no mínimo 400 mil toneladas, torna a Cesa superavitária.
ZH – O senhor diz que não haveria impacto se a Cesa fechasse, mas líderes rurais a consideram formadora de preço e reguladora de mercado. Por que há essa diferença?
Mainardi – Não consigo compreender como a Cesa forma preço e regula mercado se armazena 2% de toda a capacidade do Rio Grande do Sul. Será que 2% é tão importante assim? Claro que a Cesa tem importância, como no caso do pequeno produtor de arroz. Se deixar o produto na Cesa, e não na indústria, ele pode escolher melhor quando e para quem vender, mas isso não interfere no preço do arroz, não é decisivo.
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