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sábado, 3 de março de 2012

Acidente expõe crise do programa brasileiro



O Incêndio na Estação Comandante Ferraz, na Antártida, deixou dois militares mortos e um ferido.Pesquisador aponta número excessivo de pessoas no local
O incêndio pode ter sido um acidente, mas simboliza a crise no Programa Antártico Brasileiro (Proantar), diz Jefferson Simões, diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, maior referência da ciência brasileira na Antártida.Outros sintomas, diz ele, são o fato de o Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel - essencial às operações no continente gelado - estar quebrado há quase dois meses, no porto de Punta Arenas (Chile), e a barca cheia de combustível que afundou perto da base em dezembro. "Tudo isso ocorre num momento crítico do Proantar, em que estamos justamente fazendo uma reanálise estratégica de todo o programa", disse Simões.




O número de pessoas na estação (sessenta no total, segundo apurou o jornal O Estado de S.Paulo), é uma questão preocupante na avaliação de Simões. O número máximo, segundo ele, deveria ser 40. "Quando você começa a colocar muita gente, começa a estressar o sistema. É algo que vai passar pelo crivo da nossa avaliação, e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está ciente disso."


Orçamento - As condições de manutenção da base, segundo Simões, eram satisfatórias, "mas estão muito longe do ideal".Um problema crônico da atuação do Brasil na Antártida, segundo ele, é a falta de estabilidade orçamentária do Proantar. O montante, segundo Simões, oscila entre 5 milhões e 10 milhões de reais por ano. O relatório de avaliação deve ser concluído em março ou abril e entregue ao MCTI.

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