- O ciclo econômico da construção naval iniciou um processo de desenvolvimento que extrapola os limites de Rio Grande, onde estão sendo erguidos os estaleiros responsáveis pela fabricação dos navios e plataformas de petróleo. No entanto, os ciclos econômicos costumam ter auge e declínio. O segredo para o bom desempenho da economia gaúcha será explorar o polo naval de forma que ele deixe frutos permanentes, sustentáveis e renováveis, que sobrevivam ao fim do ciclo. Esse foi o principal recado deixado pelo presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester. Ele participou dos painéis do último dia do Congresso Navegar, que integrou a programação da 1ª Feira do Polo Naval do RS."Temos que trabalhar na sustentabilidade dessa nova indústria, pois os ciclos econômicos passam. Acompanhei o caso do Mar do Norte, que considero um sucesso exemplar. No auge, a região tinha o mesmo volume de petróleo que o Brasil extrai hoje. Atualmente, a produção está em declínio, mas a economia não entrou em colapso. Pelo contrário. A cidade de Aberdeen tem uma taxa de desemprego de apenas 3%, mesmo com toda a crise europeia", afirmou Coester.Segundo ele, a sustentabilidade depende da tecnologia local, do fomento ao parque industrial gaúcho como complemento aos grandes empreendimentos do polo naval. Já instalada em Rio Grande, a indústria offshore tem na hidrovia a ligação de que precisa para se abastecer. Interligando a produtividade de vários pontos do Estado, será possível gerar, a partir das demandas do polo naval, uma estrutura industrial produtiva, com mão de obra qualificada.A diversidade da indústria gaúcha, para Coester, é o grande trunfo para aproveitar ao máximo as oportunidades que estão sendo geradas. Para se ter uma ideia, a Fiergs tem 45 mil empresas cadastradas, enquanto a Firjan (Federação das Industrias do Rio de Janeiro), tem somente 16 mil. Temos verticalização, temos base produtiva que não se encontra em outros estados, comentou. Com isso, é possível qualificar a indústria local para atender as demandas do setor offshore.Outra vantagem apontada por Coester é a presença dos dois maiores parques tecnológicos do país, que estão em terras gaúchas o TecnoPuc e o TecnoSinos. Um outro parque tecnológico em fase de arrancada na Furg, em Rio Grande, qualifica ainda mais o Estado. Alta tecnologia capacita uma região e garante a sua sustentabilidade econômica, ressaltou.Como estratégias para a promoção de um desenvolvimento econômico permanente e sustentável, o governo gaúcho, por meio da AGDI, trabalha no fortalecimento das indústrias tradicionais e no arranjo produtivo local, ou seja, na adaptação de muitas indústrias para a produção das demandas do mercado offshore. Integrando as cadeias e adequando o parque industrial às necessidades do polo, faremos com que as pequenas cresçam e estimularemos as novas empresas, destacou. Paralelo a isso, o Estado trabalha na atração de investimentos que se relacionem com a indústria offshore, mostrando ao mundo as vantagens geográficas e econômicas do Rio Grande do Sul.
domingo, 25 de março de 2012
Polo Naval abre ciclo de desenvolvimento em todo o Estado
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